O sim contra o sim
(...)
Miró sentia a mão direita
demasiada sábia
e que de saber tanto
já não podia inventar mais nada
Quis então que desprendesse
o muito que aprendera,
a fim de reencontrar
a linha fresca da esquerda
(...)
Mondrian, também, da mão direita
andava desgostado;
não por ser ela sábia:
porque, sendo sábia era fácil
Assim foi que ele, à mão direita,
impôs tal disciplina:
fazer o que sabia
como se o aprendesse ainda.
(...)
MELLO NETO, João Cabral de. Poesia Completa. 1940 - 1980.
Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, 1996.
Um dia chegarei a este estágio de desenvolver arte...Porque por enquanto sou apenas eu Pablo Peterson Picasso e mais nada...rsrs
ResponderExcluir